Desde sempre que o Jornalismo Desportivo é uma área de referência dentro do Jornalismo actual. Todos os meios de comunicação social falam de desporto como algo que interessa aos seus leitores, visto ser uma área de interesse para uma grande parte da população portuguesa. O Jornalismo Desportivo é uma área que tem de ser especializada porque um jornalista desportivo tem de saber as regras do jogo de forma a dar a cobertura correcta a um determinado evento.
Todos os dias vemos em Portugal notícias relacionadas com todo o tipo de desporto, existem programas desportivos durante quase toda a semana e a informação sobre o desporto está sempre a chegar às mais variadas redacções.
Portugal é dos países que mais tempo de antena dá a programas desportivos e um dos que mais se vendem jornais desportivos, de acordo com o Jornalista Rui Martins, a Cultura dos Portugueses é o factor que está mais aliado a este facto, visto serem um povo que gosta muito de Futebol e o mito que Portugal é Fátima, Fado e Futebol está bem presente na vida dos portugueses.
Existem várias diferenças entre o Jornalismo Desportivo actual e com o passado, visto a mentalidade dos clubes estarem muito diferentes daquilo que eram anteriormente. Antigamente os jogadores passavam pelos jornalistas a caminho do balneário e os treinos eram abertos a toda a gente, agora os clubes têm assessores de Imprensa que incutem os jogadores para dizerem algo que interessa ao clube, os treinos apenas são abertos durante 15 minutos, existem os black-outs que fazem com que o trabalho do jornalista seja muito dificultado.
O Jornalismo Desportivo é um tipo de jornalismo que na opinião de Rui Martins e Hugo Gilberto podia ser chamado de jornalismo futebolístico devido ao facto de a grande maioria das notícias serem relacionadas com o Futebol.
O Trio d’Ataque é um programa desportivo de grande audiência da RTP e para o apresentador do programa, Hugo Gilberto os comentários que os três comentadores fazem neste programa tem uma repercussão enorme junto do grande público e até dá uma ideia de que Rui Moreira, António Pedro-Vasconcelos e Rui Oliveira e Costa, comentadores deste programa, são mais conhecidos do que vários jogadores dos mais variados clubes portugueses.
Video
12.15.2009
RTP - Cinco décadas de grandes coberturas desportivas
Durante estas últimas cinco décadas que a Rádio Televisão Portuguesa tem feito uma cobertura exaustiva de vários eventos desportivos que têm acontecido um pouco por todo o mundo. Os grandes eventos como os Jogos Olímpicos ou o Mundial de futebol têm uma audiência enorme e a RTP contando com isso tem ao longo destes anos aproveitado para transmitir para Portugal esses acontecimentos. Eventos como campeonatos nacionais de hóquei em patins, andebol e basquetebol também são emitidos ao longo do ano pela RTP.
Desde 1955 e no tempo em que Portugal vivia sobre uma ditadura comandada pelo Professor Oliveira Salazar que a RTP transmitiu emissões desportivas. As primeiras imagens desportivas surgiram em 1957 na rubrica “Revista Desportiva” apresentada por Domingos Lança Moreira. Esta primeira transmissão contou com uma entrevista a Alves Barbosa, o mais recente vencedor da Volta a Portugal em bicicleta e uma demonstração desportiva da equipa campeã nacional de ténis de mesa do Benfica. Domingos Lança Moreira comentou, entrevistou e encerrou, assim, o primeiro programa desportivo da RTP.
Das 665 horas de programação emitida pela RTP em 1957, largas dezenas delas foram ocupadas por rubricas desportivas, de cuja produção se ocupava, também, a secção de Cinema e Noticiários. Os programas, eram: “O Domingo Visto de Véspera”, “Imagens do Domingo Desportivo”, “Revista Desportiva”, “Vida Desportiva”, “Tribuna Desportiva”, “História de um Às”, e “Desporto no Mundo”. Um leque de opções para os espectadores, como se vê. E a verdade é que certa camada de público mostrava inclinação por este género de programas. Com o passar dos anos, com maiores disponibilidades em homens e em máquinas, tornou-se possível alargar esse trabalho aos campos do País onde decorriam os desafios mais importantes.
Desde a década de 60 e até à actualidade que a RTP tem acompanhado os grandes jogos das várias equipas portuguesas e da selecção nacional nas mais variadas modalidades. As transmissões via satélite vieram dar uma ajuda nos Jogos Olímpicos de Tóquio (1964) e, depois, ainda mais, nos do México (1968). Não houve portugueses a brilhar em qualquer deles, mas, isoladamente, num ou noutro confronto internacional, eles iam aparecendo: o nadador Baptista Pereira, o atleta Manuel Faria, o ciclista Joaquim Agostinho. E a RTP foi acompanhando as suas façanhas no estrangeiro, como por cá, sendo de salientar a cobertura que, desde 1957, concedeu à “Volta a Portugal em Bicicleta”.
Desde 1955 e no tempo em que Portugal vivia sobre uma ditadura comandada pelo Professor Oliveira Salazar que a RTP transmitiu emissões desportivas. As primeiras imagens desportivas surgiram em 1957 na rubrica “Revista Desportiva” apresentada por Domingos Lança Moreira. Esta primeira transmissão contou com uma entrevista a Alves Barbosa, o mais recente vencedor da Volta a Portugal em bicicleta e uma demonstração desportiva da equipa campeã nacional de ténis de mesa do Benfica. Domingos Lança Moreira comentou, entrevistou e encerrou, assim, o primeiro programa desportivo da RTP.
Das 665 horas de programação emitida pela RTP em 1957, largas dezenas delas foram ocupadas por rubricas desportivas, de cuja produção se ocupava, também, a secção de Cinema e Noticiários. Os programas, eram: “O Domingo Visto de Véspera”, “Imagens do Domingo Desportivo”, “Revista Desportiva”, “Vida Desportiva”, “Tribuna Desportiva”, “História de um Às”, e “Desporto no Mundo”. Um leque de opções para os espectadores, como se vê. E a verdade é que certa camada de público mostrava inclinação por este género de programas. Com o passar dos anos, com maiores disponibilidades em homens e em máquinas, tornou-se possível alargar esse trabalho aos campos do País onde decorriam os desafios mais importantes.
Desde a década de 60 e até à actualidade que a RTP tem acompanhado os grandes jogos das várias equipas portuguesas e da selecção nacional nas mais variadas modalidades. As transmissões via satélite vieram dar uma ajuda nos Jogos Olímpicos de Tóquio (1964) e, depois, ainda mais, nos do México (1968). Não houve portugueses a brilhar em qualquer deles, mas, isoladamente, num ou noutro confronto internacional, eles iam aparecendo: o nadador Baptista Pereira, o atleta Manuel Faria, o ciclista Joaquim Agostinho. E a RTP foi acompanhando as suas façanhas no estrangeiro, como por cá, sendo de salientar a cobertura que, desde 1957, concedeu à “Volta a Portugal em Bicicleta”.
Anos 2000- actualidade
A programação desportiva, em qualquer dos canais, continuou, nos anos 2000, a ser a mais completa no panorama televisivo nacional. O 17º Campeonato Mundial de Futebol, repartido entre a Coreia e o Japão (em termos organizativos), embora não tenha corrido bem para as cores nacionais (Portugal foi eliminado após duas derrotas e uma vitória) despertou o habitual interesse dos espectadores. A RTP transmitiu, em directo, os jogos da nossa selecção e, diariamente, a rubrica “Mundial 2002”, apresentada por Carlos Daniel e onde, além de entrevistas e reportagens, se incluíram resumos de vários encontros. Para assegurar estes serviços, deslocaram-se à Coreia e ao Japão os jornalistas Paulo Catarro, Rui Loura, Luís Baila e João Pedro Mendonça. Outra rubrica, esta com longínquas tradições na RTP, “Domingo Desportivo”, foi totalmente remodelada, ficou mais atractiva e deu mais voz aos intervenientes no espectáculo do futebol, chamando-os para o estúdio e confrontando-os com polémicas situações ocorridas nos jogos. Boa notícia foi, também, a conclusão de um acordo com a Olivedesportos (foram arrastadas e difíceis as negociações) que garantiu à RTP um ano de transmissões directas dos jogos da selecção nacional de futebol. Em espaços alargados ao fim-de-semana, a RTP 2 mantinha-se atenta às modalidades amadoras.
O acontecimento máximo até agora nesta década foi o “Euro 2004”, em que Portugal obteve a sua melhor classificação de sempre – o 2º lugar. A RTP marcou presença nos novos estádios, de norte a sul do País, daí efectuando as coberturas que a sua condição de “host broadcaster” impunha (através da empresa EBS), sem prejuízo de alguns jogos terem sido vendidos às televisões privadas, guardando a RTP para as suas antenas os que, à partida, reuniam maior interesse competitivo e que foram 12. Equipamentos e serviços a cargo da EBS foram muito utilizados pelos operadores estrangeiros, o que também terá contribuído para que, no final do “Euro”, a RTP, pelo seu Administrador Gonçalo Reis, tenha considerado que os objectivos previamente traçados foram atingidos e que, pelo trabalho desempenhado, as equipas que estiveram nos estádios (e nos pontos de apoio intermédios e finais) deram uma excelente imagem da empresa e do País. Com o acontecimento, a RTP conseguiu obter a maior facturação publicitária e, também, elevados níveis de audiências. No primeiro caso: 6,3 milhões de euros; no segundo: 41,4% de share. Também os Jogos Olímpicos em Atenas (2 medalhas de Prata, Francis Obikwelu e Sérgio Paulinho; 1 de bronze, Rui Silva); o extraordinário desempenho dos atletas para-olímpicos, também em Atenas (12 medalhas); e a conquista pelo Futebol Clube do Porto da Liga dos Campeões e, depois da Taça Intercontinental, tiveram coberturas especiais. Acompanhamento a que a RTP também vinha dedicando especial interesse era o das meias-maratonas (nacional e internacional). São provas atléticas que ganham popularidade através das transmissões directas.
O acontecimento máximo até agora nesta década foi o “Euro 2004”, em que Portugal obteve a sua melhor classificação de sempre – o 2º lugar. A RTP marcou presença nos novos estádios, de norte a sul do País, daí efectuando as coberturas que a sua condição de “host broadcaster” impunha (através da empresa EBS), sem prejuízo de alguns jogos terem sido vendidos às televisões privadas, guardando a RTP para as suas antenas os que, à partida, reuniam maior interesse competitivo e que foram 12. Equipamentos e serviços a cargo da EBS foram muito utilizados pelos operadores estrangeiros, o que também terá contribuído para que, no final do “Euro”, a RTP, pelo seu Administrador Gonçalo Reis, tenha considerado que os objectivos previamente traçados foram atingidos e que, pelo trabalho desempenhado, as equipas que estiveram nos estádios (e nos pontos de apoio intermédios e finais) deram uma excelente imagem da empresa e do País. Com o acontecimento, a RTP conseguiu obter a maior facturação publicitária e, também, elevados níveis de audiências. No primeiro caso: 6,3 milhões de euros; no segundo: 41,4% de share. Também os Jogos Olímpicos em Atenas (2 medalhas de Prata, Francis Obikwelu e Sérgio Paulinho; 1 de bronze, Rui Silva); o extraordinário desempenho dos atletas para-olímpicos, também em Atenas (12 medalhas); e a conquista pelo Futebol Clube do Porto da Liga dos Campeões e, depois da Taça Intercontinental, tiveram coberturas especiais. Acompanhamento a que a RTP também vinha dedicando especial interesse era o das meias-maratonas (nacional e internacional). São provas atléticas que ganham popularidade através das transmissões directas.
Década de 90
A década de 90 foi marcada por vários eventos desportivos – que seria marcada por mais uma edição dos “Jogos Olímpicos” em 1992 em Barcelona – começou a ser vivida, e em força, pela RTP logo em Maio desse ano, quando se tornou necessário dar resposta às exigências de transmissão para a rede da Eurovisão da final da “Taça das Taças”, em futebol, na qual se defrontaram Mónaco e Werder Bremen. Cobertura internacional, de tanta exigência como a nacional, embora se disponibilizasse um atendimento mais objectivo sobre a bateria de cabines para os comentadores estrangeiros com posições reservadas no Estádio da Luz.
Dois meses depois, um pouco adiante de aqui ao lado, em Barcelona, os “Jogos Olímpicos” a imporem não só linhas de programação para os dois canais da RTP (as transmissões chegaram às 15 horas diárias) mas, também, a afectação de meios de produção para a respectiva cobertura informativa, com natural incidência sobre os directos. Também o “Europeu de Futebol”, realizado na Suécia (com a selecção portuguesa de fora) proporcionou à RTP, 7 transmissões em directo, via Eurovisão. As imagens e os comentários de Rui Tovar e Gabriel Alves mostraram porque um outro país escandinavo, a Dinamarca, levantou a taça.
Em 1993, a programação desportiva da RTP fixou-se na TV2, embora se considerasse que o 1º canal poderia, eventualmente, acolher a transmissão de um ou outro acontecimento considerado com maior projecção. Os encontros entre equipas europeias – para as respectivas taças – passaram a figurar, também, na grelha de programação da TV2. Mas não só o futebol entre as transmissões da Eurovisão – também as corridas de fórmula 1, os jogos da NBA, os torneios do ténis internacional e, com especial interesse para Portugal (dado que Manuela Machado conquistou a medalha de prata na maratona), os campeonatos mundiais de atletismo, na Alemanha.
O ano desportivo de 94 esteve dominado pelo Campeonato do Mundo de Futebol que decorreu no Estados Unidos, sem a presença de Portugal entre as 24 equipas finalistas, e do qual o Brasil sairia vencedor. A RTP fez do acontecimento uma cobertura exaustiva e exclusiva para Portugal.32 Dos 52 jogos foram transmitidos, em directo, 45. Uma equipa de enviados especiais (Gabriel Alves, Miguel Prates, Paulo Catarro, Rui Martins e Pedro Figueiredo) ocupou-se dos comentários e das reportagens marginais. Duas outras modalidades desportivas, andebol e atletismo (juniores), tiveram, no nosso país, o Campeonato Europeu e o Campeonato do Mundo, respectivamente.
Esta década foi marcada por estes eventos e por outros como o europeu de 96 em que Portugal brilhou e destacam-se ainda o acompanhamento da festa do Penta-Campeonato do F.C.Porto.
Dois meses depois, um pouco adiante de aqui ao lado, em Barcelona, os “Jogos Olímpicos” a imporem não só linhas de programação para os dois canais da RTP (as transmissões chegaram às 15 horas diárias) mas, também, a afectação de meios de produção para a respectiva cobertura informativa, com natural incidência sobre os directos. Também o “Europeu de Futebol”, realizado na Suécia (com a selecção portuguesa de fora) proporcionou à RTP, 7 transmissões em directo, via Eurovisão. As imagens e os comentários de Rui Tovar e Gabriel Alves mostraram porque um outro país escandinavo, a Dinamarca, levantou a taça.
Em 1993, a programação desportiva da RTP fixou-se na TV2, embora se considerasse que o 1º canal poderia, eventualmente, acolher a transmissão de um ou outro acontecimento considerado com maior projecção. Os encontros entre equipas europeias – para as respectivas taças – passaram a figurar, também, na grelha de programação da TV2. Mas não só o futebol entre as transmissões da Eurovisão – também as corridas de fórmula 1, os jogos da NBA, os torneios do ténis internacional e, com especial interesse para Portugal (dado que Manuela Machado conquistou a medalha de prata na maratona), os campeonatos mundiais de atletismo, na Alemanha.
O ano desportivo de 94 esteve dominado pelo Campeonato do Mundo de Futebol que decorreu no Estados Unidos, sem a presença de Portugal entre as 24 equipas finalistas, e do qual o Brasil sairia vencedor. A RTP fez do acontecimento uma cobertura exaustiva e exclusiva para Portugal.32 Dos 52 jogos foram transmitidos, em directo, 45. Uma equipa de enviados especiais (Gabriel Alves, Miguel Prates, Paulo Catarro, Rui Martins e Pedro Figueiredo) ocupou-se dos comentários e das reportagens marginais. Duas outras modalidades desportivas, andebol e atletismo (juniores), tiveram, no nosso país, o Campeonato Europeu e o Campeonato do Mundo, respectivamente.
Esta década foi marcada por estes eventos e por outros como o europeu de 96 em que Portugal brilhou e destacam-se ainda o acompanhamento da festa do Penta-Campeonato do F.C.Porto.
Década de 80
Nesta década surge em força a cor na televisão portuguesa. No campo desportivo esta evolução foi preciosa e nesta década 2 grandes eventos foram transmitidos a cores para Portugal. Pela Eurovisão chegaram os dois grandes acontecimentos desportivos do ano, que foram, primeiro, o Campeonato da Europa das Nações, em futebol, que decorreu em Itália; depois, os Jogos Olímpicos, realizados em Moscovo, sob a forte controvérsia política motivada pelo boicote imposto pelos Estados Unidos e que terá afectado a competitividade e as marcas. Bom teste, apesar de tudo, para as novas imagens coloridas e confirmação do “boom” que, a nível doméstico, se registava na venda de televisores. Com efeito, duas semanas após o começo das provas olímpicas, não os havia à venda porque, pura e simplesmente, se tinham esgotado.
Nestes anos, assinale-se o retrocesso no que concerne às transmissões de jogos do Campeonato Nacional de Futebol da 1ª divisão: foram suspensas as transmissões directas e só ao cabo de negociações (muitas e demoradas) se chegou a um acordo com os clubes intervenientes, que viria a permitir a captação de resumos, embora com tempo limitado, mas sem os quais não podia passar a rubrica dominical “Grande Encontro” nem, tão pouco, o auditório da RTP.
De Espanha chegaram as imagens do 12º Campeonato do Mundo de Futebol que, mesmo sem a presença de Portugal (havia quem lembrasse que já lá não íamos há 16 anos, como também havia quem não esquecesse Londres-66, quando até íamos ganhando) tiveram o condão de manter os nossos espectadores junto dos ecrãs a ver jogar os outros, a eleger entre si as grandes equipas, os melhores jogadores. À laia de compensação, Benfica e Sporting passaram aos quartos de final das Taças UEFA e dos Campeões Europeus, respectivamente. Por isto, mas principalmente por aquilo (o Mundial) foi época alta para o comércio dos televisores, que até se esgotaram, em algumas cidades. Sem o mesmo impacto do futebol mas, ainda assim, com fiéis seguidores, os Campeonatos Europeus de Atletismo, em Atenas, também justificaram uma série de transmissões em directo, via Eurovisão, que consagraram Rosa Mota como Medalha de Ouro na maratona, ela que, na passagem do ano, já vencera a S. Silvestre, em S. Paulo. Carlos Lopes e Fernando Mamede andaram ao despique pelo recorde mundial dos 10 000 m., sendo que este último acabou por mantê-lo. Para Lopes e o Sporting, viria, depois, o título europeu de corta-mato. Em Barcelos, Portugal regressou ao título de Campeão do Mundo de hóquei em patins. O incremento das transmissões em directo de provas desportivas, no País como no estrangeiro, foi, aliás, um dos propósitos manifestado por Adriano Cerqueira quando, no último trimestre do ano, trocou a chefia da Redacção dos programas não-diários da Informação pela chefia do Departamento de Desporto.
A cobertura dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, que foi a maior de sempre na história da RTP.13 Ficou à beira das 150 horas de transmissões, repartidas por 16 dias, sendo que as mais inesquecíveis reportaram o que lá viveram os nossos atletas-campeões e por cá foram “sofridas” por todos os portugueses. Desde logo um especial brilho nas provas da maratona: Carlos Lopes saiu dela medalhado a ouro, enquanto Rosa Mota, 8 dias antes, já o fizera com o bronze, que também foi de António Leitão nos 5 000 m. Momentos emocionantes, na verdade, seguidos pelos espectadores portugueses, primeiro com ansiedade, depois com alegria.
Esta foi uma década com momentos de grande emoção, como o foram – embora com diferente sentimento – os que rodearam a morte da maior figura do ciclismo português, Joaquim Agostinho, 41 anos, por acidente quando corria a Volta ao Algarve. Também o regular acompanhamento das competições internacionais de futebol entre clubes e, principalmente, as transmissões do Campeonato da Europa (15 jogos, em França, quase 30 horas de emissão) foram contribuição importante para a história desportiva da década que, quem esteve por cá, distante dos relvados do acontecimento, foi seguindo, jogo a jogo, pelas transmissões da RTP, até ver como a selecção nacional se classificou num honroso 3º lugar e como até quase esteve a um ponto de ir mais acima. Mas, a RTP, viria a ter o seu melhor momento com a produção televisiva do grande Prémio de Fórmula 1, realizado no autódromo do Estoril, em Outubro (dia 21). Era a primeira vez que tal se passava entre nós e à RTP competia assegurar a reportagem, em directo, para 40 países, durante 2 horas, o que fez, com uma invulgar mobilização de meios técnicos e humanos (125 pessoas).
O campeonato do mundo de andebol, as maratonas de Estugarda, o “Domingo Desportivo” apresentado por Ribeiro Cristóvão e claro a conquista em Viena da Taça dos Clubes Campeões Europeus por parte do F.C.Porto, bem como da Taça Intercontinental em Tokyo também foram eventos narrados e relatados pela Rádio Televisão Portuguesa.
Nestes anos, assinale-se o retrocesso no que concerne às transmissões de jogos do Campeonato Nacional de Futebol da 1ª divisão: foram suspensas as transmissões directas e só ao cabo de negociações (muitas e demoradas) se chegou a um acordo com os clubes intervenientes, que viria a permitir a captação de resumos, embora com tempo limitado, mas sem os quais não podia passar a rubrica dominical “Grande Encontro” nem, tão pouco, o auditório da RTP.
De Espanha chegaram as imagens do 12º Campeonato do Mundo de Futebol que, mesmo sem a presença de Portugal (havia quem lembrasse que já lá não íamos há 16 anos, como também havia quem não esquecesse Londres-66, quando até íamos ganhando) tiveram o condão de manter os nossos espectadores junto dos ecrãs a ver jogar os outros, a eleger entre si as grandes equipas, os melhores jogadores. À laia de compensação, Benfica e Sporting passaram aos quartos de final das Taças UEFA e dos Campeões Europeus, respectivamente. Por isto, mas principalmente por aquilo (o Mundial) foi época alta para o comércio dos televisores, que até se esgotaram, em algumas cidades. Sem o mesmo impacto do futebol mas, ainda assim, com fiéis seguidores, os Campeonatos Europeus de Atletismo, em Atenas, também justificaram uma série de transmissões em directo, via Eurovisão, que consagraram Rosa Mota como Medalha de Ouro na maratona, ela que, na passagem do ano, já vencera a S. Silvestre, em S. Paulo. Carlos Lopes e Fernando Mamede andaram ao despique pelo recorde mundial dos 10 000 m., sendo que este último acabou por mantê-lo. Para Lopes e o Sporting, viria, depois, o título europeu de corta-mato. Em Barcelos, Portugal regressou ao título de Campeão do Mundo de hóquei em patins. O incremento das transmissões em directo de provas desportivas, no País como no estrangeiro, foi, aliás, um dos propósitos manifestado por Adriano Cerqueira quando, no último trimestre do ano, trocou a chefia da Redacção dos programas não-diários da Informação pela chefia do Departamento de Desporto.
A cobertura dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, que foi a maior de sempre na história da RTP.13 Ficou à beira das 150 horas de transmissões, repartidas por 16 dias, sendo que as mais inesquecíveis reportaram o que lá viveram os nossos atletas-campeões e por cá foram “sofridas” por todos os portugueses. Desde logo um especial brilho nas provas da maratona: Carlos Lopes saiu dela medalhado a ouro, enquanto Rosa Mota, 8 dias antes, já o fizera com o bronze, que também foi de António Leitão nos 5 000 m. Momentos emocionantes, na verdade, seguidos pelos espectadores portugueses, primeiro com ansiedade, depois com alegria.
Esta foi uma década com momentos de grande emoção, como o foram – embora com diferente sentimento – os que rodearam a morte da maior figura do ciclismo português, Joaquim Agostinho, 41 anos, por acidente quando corria a Volta ao Algarve. Também o regular acompanhamento das competições internacionais de futebol entre clubes e, principalmente, as transmissões do Campeonato da Europa (15 jogos, em França, quase 30 horas de emissão) foram contribuição importante para a história desportiva da década que, quem esteve por cá, distante dos relvados do acontecimento, foi seguindo, jogo a jogo, pelas transmissões da RTP, até ver como a selecção nacional se classificou num honroso 3º lugar e como até quase esteve a um ponto de ir mais acima. Mas, a RTP, viria a ter o seu melhor momento com a produção televisiva do grande Prémio de Fórmula 1, realizado no autódromo do Estoril, em Outubro (dia 21). Era a primeira vez que tal se passava entre nós e à RTP competia assegurar a reportagem, em directo, para 40 países, durante 2 horas, o que fez, com uma invulgar mobilização de meios técnicos e humanos (125 pessoas).
O campeonato do mundo de andebol, as maratonas de Estugarda, o “Domingo Desportivo” apresentado por Ribeiro Cristóvão e claro a conquista em Viena da Taça dos Clubes Campeões Europeus por parte do F.C.Porto, bem como da Taça Intercontinental em Tokyo também foram eventos narrados e relatados pela Rádio Televisão Portuguesa.
Década de 70
O desporto, onde as transmissões directas do futebol doméstico e internacional continuavam a marcar pontos, menos que outras modalidades não tão privilegiadas mas, ainda assim, a conquistarem adeptos graças à Televisão, a programação que se dedicava ao fenómeno desportivo, de modo geral, teve, nesta década, o “Grande Encontro”, com Mário Zambujal a prestar contas sobre imagens ou a dialogar com convidados. Com o aparecimento da RTP-2 nesta década, outros jogos, outros trabalhos despontaram e com a audiência a bater no topo, o futebol e o seu campeonato da 1ª divisão de futebol estreia-se na RTP de uma forma regular, com transmissões exclusivas e em directo. Estes desafios estavam programados em efeito para os sábados à tarde, isolados, de modo a garantir-se a não concorrência com outros.
No ano anterior à revolução do 25 de Abril (1973), o desporto contribuiu com quase 293 horas de emissão, sendo curioso notar que 214 horas pertenceram a transmissões directas (89 reportagens da Eurovisão e 59 nacionais), sendo que estas últimas foram, em boa parte, responsáveis pela grande movimentação das equipas de montagem dos feixes hertzianos móveis, um trabalho muitas vezes ignorado, injustamente, já que, sem ele, os exteriores não seriam possíveis.
No ano anterior à revolução do 25 de Abril (1973), o desporto contribuiu com quase 293 horas de emissão, sendo curioso notar que 214 horas pertenceram a transmissões directas (89 reportagens da Eurovisão e 59 nacionais), sendo que estas últimas foram, em boa parte, responsáveis pela grande movimentação das equipas de montagem dos feixes hertzianos móveis, um trabalho muitas vezes ignorado, injustamente, já que, sem ele, os exteriores não seriam possíveis.
Grandes Jornalistas Desportivos da RTP
A RTP ao longo destes longos anos de transmissões teve sempre jornalistas categorizados e elogiados pelo grande público. Várias gerações passaram, vários eventos foram narrados, mas existem nomes que estarão sempre na memória dos Portugueses.
Sempre com o intuito de cativar a atenção dos telespectadores, três nomes estão na história da Rádio Televisão Portuguesa. Marcaram três gerações diferentes e todos nós nos lembramos dos relatos incontornáveis de Artur Agostinho, Gabriel Alves e Paulo Catarro.
Sempre com o intuito de cativar a atenção dos telespectadores, três nomes estão na história da Rádio Televisão Portuguesa. Marcaram três gerações diferentes e todos nós nos lembramos dos relatos incontornáveis de Artur Agostinho, Gabriel Alves e Paulo Catarro.
Artur Agostinho
Artur Agostinho (25 de Dezembro de 1920) é um jornalista e actor português. Fez parte do departamento desportivo da Rádio Renascença, nos anos 80 do Século XX, depois de ter sido um dos mais brilhantes relatores desportivos de sempre aos microfones da Emissora Nacional de Radiodifusão.
Tal como a maioria dos profissionais de televisão, Artur Agostinho iniciou-se na rádio. Locutor da Emissora Nacional, relator desportivo de grande mérito, deixou-se prender, logo no primeiro ano, pelo fascínio da imagem. Foi neste contexto que a sua versatilidade de comunicador se mostrou plenamente. Em 1957, Artur Agostinho fazia parte da equipa de colaboradores desportivos da RTP, então formada por Domingos Lança Moreira, Amadeu José de Freitas, Ricardo Ornelas, Carlos Pinhão, Alves dos Santos, Aurélio Márcio, Fernando Seromenho e Tavares da Silva. Alguns, como ele, oriundos da Emissora Nacional - referimo-nos a Domingos Lança Moreira e Amadeu José de Freitas. Esta equipa levou a cabo, durante o ano de 57, os sete programas de actualidade desportiva que preencheram umas boas dezenas de horas de emissão.
Artur Agostinho era expansivo, e pelos seus comentários transpirava sempre uma grande euforia em relação ao jogo.
Tal como a maioria dos profissionais de televisão, Artur Agostinho iniciou-se na rádio. Locutor da Emissora Nacional, relator desportivo de grande mérito, deixou-se prender, logo no primeiro ano, pelo fascínio da imagem. Foi neste contexto que a sua versatilidade de comunicador se mostrou plenamente. Em 1957, Artur Agostinho fazia parte da equipa de colaboradores desportivos da RTP, então formada por Domingos Lança Moreira, Amadeu José de Freitas, Ricardo Ornelas, Carlos Pinhão, Alves dos Santos, Aurélio Márcio, Fernando Seromenho e Tavares da Silva. Alguns, como ele, oriundos da Emissora Nacional - referimo-nos a Domingos Lança Moreira e Amadeu José de Freitas. Esta equipa levou a cabo, durante o ano de 57, os sete programas de actualidade desportiva que preencheram umas boas dezenas de horas de emissão.
Artur Agostinho era expansivo, e pelos seus comentários transpirava sempre uma grande euforia em relação ao jogo.

Gabriel Alves
Jornalista da RTP durante 32 anos, Gabriel Alves ainda é hoje um dos comentadores desportivos mais conhecidos dos Portugueses. Foram várias as frases marcantes e algumas delas fizeram rir e de que maneira os ouvintes das emissões em que participava.
Frases marcantes deste jornalista desportivo:
- Comentando a nova táctica de Graeme Souness:
"O Benfica está em excelente forma, a jogar num 3x4x3x3"
- Descrição do estado do tempo num jogo do Mundial de 94:
" Uma humidade relativa, muito superior a 100%"
- Num jogo de Juskowiak ainda pelo Sporting:
" Juskowiak... a vantagem de ter duas pernas!"
- Comentário sobre um estádio:
"É um estádio bonito,novo... arejado"
- No europeu de Inglaterra no jogo Republica Checa - Alemanha:
"No campeonato germânico jogam muitos jogadores alemães"
- A descrição do jogador Jean-Pierre Papin:
" Jean-Pierre Papin, um jogador extremamente rápido, veloz, lesto, nada lento, antes pelo contrário"
-No início de uma transmissão:
"E agora vamos transmitir o jogo Costa do Brasil - Marfim"
- Na cerimónia de abertura do mundial de Espanha:
" E agora entram as danças sevilhanas da Catalunha"
- No fim de um jogo da selecção nacional:
"A selecção não jogou bem, nem mal, antes pelo contrário"
- No Suécia - Roménia em 1994 após o golo da Suécia:
"Kenneth Andersson, 1 metro e 94 de golo..."
- Após um grande passe feito por Edgar Davids (jogador holandês):
"Repare-se, toda a escola italiana a mostrar-se na técnica individual deste jogador"
- Descrevendo Jardel:
"Jardel é um jogador com um tempo de salto de quase 70 cm"
- Comentário final de um jogo:
"Foi um jogo incolor, insípido e inodório..."
- Comentário a um golo de Paul Gasgoine:
"E aqui está, um golo substantivo que nem pode ser adjectivado"
- Quando Vítor Baía actuava no Barcelona:
" Vítor Baía, o melhor guarda redes do Mundo e provavelmente da Europa"
- Sobre uma falta:
"Uma falta, também ela, aqui mais uma"
- Durante um jogo da selecção de esperanças:
"Cândido Costa é um jogador que joga bem pela esquerda, pela direita e pelos flancos"
- No início do jogo Porto - Belenses para a Superliga:
"...e podemos ver que o público está vestido"

Clube de Fãs: http://galves.no.sapo.pt/
Frases marcantes deste jornalista desportivo:
- Comentando a nova táctica de Graeme Souness:
"O Benfica está em excelente forma, a jogar num 3x4x3x3"
- Descrição do estado do tempo num jogo do Mundial de 94:
" Uma humidade relativa, muito superior a 100%"
- Num jogo de Juskowiak ainda pelo Sporting:
" Juskowiak... a vantagem de ter duas pernas!"
- Comentário sobre um estádio:
"É um estádio bonito,novo... arejado"
- No europeu de Inglaterra no jogo Republica Checa - Alemanha:
"No campeonato germânico jogam muitos jogadores alemães"
- A descrição do jogador Jean-Pierre Papin:
" Jean-Pierre Papin, um jogador extremamente rápido, veloz, lesto, nada lento, antes pelo contrário"
-No início de uma transmissão:
"E agora vamos transmitir o jogo Costa do Brasil - Marfim"
- Na cerimónia de abertura do mundial de Espanha:
" E agora entram as danças sevilhanas da Catalunha"
- No fim de um jogo da selecção nacional:
"A selecção não jogou bem, nem mal, antes pelo contrário"
- No Suécia - Roménia em 1994 após o golo da Suécia:
"Kenneth Andersson, 1 metro e 94 de golo..."
- Após um grande passe feito por Edgar Davids (jogador holandês):
"Repare-se, toda a escola italiana a mostrar-se na técnica individual deste jogador"
- Descrevendo Jardel:
"Jardel é um jogador com um tempo de salto de quase 70 cm"
- Comentário final de um jogo:
"Foi um jogo incolor, insípido e inodório..."
- Comentário a um golo de Paul Gasgoine:
"E aqui está, um golo substantivo que nem pode ser adjectivado"
- Quando Vítor Baía actuava no Barcelona:
" Vítor Baía, o melhor guarda redes do Mundo e provavelmente da Europa"
- Sobre uma falta:
"Uma falta, também ela, aqui mais uma"
- Durante um jogo da selecção de esperanças:
"Cândido Costa é um jogador que joga bem pela esquerda, pela direita e pelos flancos"
- No início do jogo Porto - Belenses para a Superliga:
"...e podemos ver que o público está vestido"

Clube de Fãs: http://galves.no.sapo.pt/
Paulo Catarro
Paulo Catarro tem 41 anos e é jornalista da RTP, onde ingressou há doze anos e meio. Esteve no Euro 96 (Inglaterra), mas não com a selecção portuguesa. Nos Campeonatos da Europa de 2000 (Holanda e Bélgica) e 2004 (Portugal), seguiu de perto a equipa nacional, assim como no Mundial 2002 (Coreia do Sul e Japão). A partida que mais lhe custou narrar foi o Portugal-Estados Unidos, na estreia lusa no Mundial asiático (2-3). pois foi o jogo mais decepcionante que teve de comentar já que as pessoas tinham uma grande expectativa e Portugal foi praticamente cilindrado na primeira parte. O Portugal-Inglaterra [Euro 2004] teve uma carga muito especial para o jornalista que apesar de ser comentador do jogo, não conseguiu escapar a essa emoção.
Deixa claro que, ao contrário do que muitas pessoas possam julgar, a tarefa que leva a cabo lhe causa desgaste e stress. «As pessoas podem pensar que não, mas o nosso trabalho é cansativo. No final dos jogos mais importantes, que são aqueles que nos provocam maior tensão e exigem, de nós, uma maior concentração, a pessoa fica muito fatigada. É necessária uma grande dose de concentração, de forma a dizermos aquilo que é necessário, não mais do que aquilo que as pessoas querem ouvir. O comentador não deve cansar os telespectadores», esclarece Paulo Catarro.
Jogo Falado, programa desportivo apresentado por Paulo Catarro.
Deixa claro que, ao contrário do que muitas pessoas possam julgar, a tarefa que leva a cabo lhe causa desgaste e stress. «As pessoas podem pensar que não, mas o nosso trabalho é cansativo. No final dos jogos mais importantes, que são aqueles que nos provocam maior tensão e exigem, de nós, uma maior concentração, a pessoa fica muito fatigada. É necessária uma grande dose de concentração, de forma a dizermos aquilo que é necessário, não mais do que aquilo que as pessoas querem ouvir. O comentador não deve cansar os telespectadores», esclarece Paulo Catarro.
Jogo Falado, programa desportivo apresentado por Paulo Catarro.
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